quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Grandes Galerias, grandes lembranças(?)


Fiquei sabendo que estão querendo fechar a Galeria do Rock.
Passei parte da minha adolescência no interior, mas até lá a fama do Shopping Grandes Galerias corria solta.
Um ato como esse irá sepultar não só um marco pra minha geração, mas pra outras gerações, antecessoras ou sucessoras (quem diria que chegou a hora de eu falar assim!).
A Prefeitura de São Paulo tem seus motivos para querer fechar o estabelecimento, aliás, tá fechando todos os centros de lazer. Lazer em todos os sentidos.
As lojas que lá estão instaladas estão se mobilizando sobre essa questão? É a pergunta que não quer calar.
Com o fim da Galeria do Rock, que por sua vez irá dar fim ao Sub-Solo do Rap (ou Galeria do Rap, como queira), o Centro vai perder um pouco do encanto e da vontade de bater perna por aqueles lados.
Vai dar fim a um marco que seria lembrado daqui há alguns anos como "um lugar que costumava ir direto".
E pelo jeito vou ter que viver das lembranças daquele lugar que não deixava de ser um cartão postal, um atrativo (na minha singela opinião paulistana).
PS: Se o motivo de fechamento é a falta de segurança, como eu ouvi dizer, há galerias muito mais precárias do que a Grandes Galerias.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Imperador do Morumbi

É com esse texto, de Roberto Vieira, que também foi publicado no Blog do Juca Kfouri que dou boas vindas ao novo camisa 10 do Morumbi, Adriano.



Memórias de Adriano

Entre os velhos livros do Mercado de las Luces em San Telmo, uma surpresa.

Folheando um exemplar sem capa, um pergaminho.

Páginas amareladas escritas com caneta.Minhas mãos tremem.

Livros não são impressos há setenta anos. Manuscritos são raros. Peças de museu.

Toda a literatura ocidental cabe na ponta do meu dedo.

No canto superior da folha, o título: Memórias de Adriano.

Mas o texto não pertence a Marguerite Yourcenar, embora mencione a figura de um Imperador.

O texto se refere ao futebol.

Futebol, nossa paixão no Brasil.

Futebol, odiado pelos argentinos.

Argentinos que não jogam futebol desde o início do século.

Embora eu não compreendesse a razão de tanta raiva, tanto ódio.

Até agora...

"...Estava escrito.

Ele viria do oriente para nos destruir.

Aquele que os inimigos chamam Imperador.

'No le tememos a nadie' era o nosso canto.

Então, tudo começou a dar errado.

A batalha vencida, nossos guerreiros se preparando para a pilhagem.

Eis que surge do nada um soldado em nossa retaguarda, cravando a espada no minuto final.

Perseu.

O efeito foi devastador. Debandamos. Como crianças indefesas. Dizimados pelas tropas reservas do exército invasor.

Medusa.

Austríacos frente ao Napoleão.

Pedimos revanche na Guerra das Confederações. Mas não houve Waterloo. Pior.

A derrota foi muito pior. Voltamos para casa humilhados. Durante muito tempo, falar sobre futebol no Prata foi proibido.

Mas o que a força das armas não conseguiu, as noites e a sedução puderam realizar. A vitória embriaga, entontece. Poucos possuem a mente faminta de Alexandre.

A maioria sucumbe ao elogio fácil. Ao beijo de Dalila.

E assim o foi.

Em pouco tempo, o Imperador quedou frágil. Nem sombra do seu passado. Arrastava-se pelas planícies, um fantasma de si mesmo.

E nós nos julgamos fortes.

Mesmo quando sua foto apareceu nos jornais com a camisa do São Paulo.

Não sabiamos. Mas estava escrito.

Brasil e Argentina rumaram novamente para conquistar o mundo. Roma e Cartago.Vencendo todos. Até aquela tarde fria no Soccer City em Johanesburgo.

O jogo estava 3 x 0 para nosotros. Faltavam 10 minutos para o final da vingança.

De repente, os nossos adversários jogaram uma cartada final.

Ante o sorriso irônico de Messi e Riquelme, entrou em campo o Imperador.

Perseu.

O resto faz parte da história.

No dia seguinte implodimos La Bombonera e o Monumental de Nuñes. Avellaneda.

Pois depois daquela final, eu e meus compatriotas decidimos nos dedicar ao Rugby. Ao Pólo. Aos chorizos. Ao culto a Gardel.

Futebol é coisa de quem não tem o que fazer..."

Que o SPFC te devolva a alegria e te coloque novamente na seleção. A nação tricolor está do teu lado.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

E em 2008?

Disse no final do ano passado que as coisas seriam bem melhores em 2007. Tolo aquele que fica planejando as coisas. Como todos percebem, ou já perceberam alguma vez na vida, a maioria das coisas nunca sai do jeito que a gente quis. São os famosos percalços.

Mas nem reclamo não. Espero que tudo isso tenha um sentido, o do aprendizado. Todo mundo chega a um ponto da vida que acha que já sabe de tudo. Mas aqueles que se enganam, sempre se surpreendem. Eu também me pego surpreendido com as voltas que o mundo dá, com as coisas que vão acontecendo.

Para o ano que vem, nada de planos. Lógico que uma coisa ou outra eu tenho em mente e quero colocar em prática. Não posso deixar passar batido certas idéias que tenho. Mas dessa vez deixa a vida dar rumos, aliás, diversos rumos.

Sempre esperando a bonança, acompanhada com um pouco de tempestade também. É a vida...

sábado, 1 de dezembro de 2007

Chama da rivalidade

Dizem que secar o Corinthians é dar mais atenção ao rival do que torcer pelo próprio time. Discordo! O futebol é movido a rivalidade, seja ela sadia ou (infelizmente) não.

O que há de errado em torcer para o rival descer para a Série B? Em 2002 quem torceu loucamente para o Palmeiras caísse foram os próprios corinthianos. Ou eu to mentindo?

Até faixa escrito "2ª divisão" eles levaram aos estádios.Isso tudo é o que? Devoção ao Corinthians? Parece a mesma síndrome que infectou não só palmeirenses, mas os outros rivais do time alvinegro.

Torcer contra o Corinthians não é deixar de amar o time do coração. É simplesmente manter viva a chama da rivalidade, que faz com o futebol sobreviva de fato.

Sorte para quem precisa e até 2008, porque a temporada acabou!